segunda-feira, 26 de março de 2012

Redes sociais a serviço do ensino

Mais de 5 milhões de estudantes brasileiros já pertencem a uma rede social na internet, como o Facebook ou o Twitter. A novidade é que, agora, parte deles começa a frequentar esses círculos virtuais estimulados pela própria escola - e com fins educativos. Alguns colégios, a maioria particular, fazem uso simples de tais redes, colocando ali informações como calendário de aulas e avisos. Muitas vezes, incluem ainda exercícios e o conteúdo das aulas, recurso que vem se prestando a aproximar os pais da vida escolar.
 
O maior avanço proporcionado por esses sites, no entanto, se deve à possibilidade que eles abrem para o aprendizado em rede - o que já acontece há mais tempo, e com sucesso, em países como Japão e Inglaterra. No espaço virtual, os alunos debatem, sob a supervisão de um professor, temas apresentados na sala de aula e ainda, de casa, podem tirar dúvidas sobre a lição.
 
O Twitter está sendo também adotado nas escolas por uma de suas particularidades: como nenhum texto ali pode ultrapassar 140 caracteres, os alunos são desafiados a exprimir ideias com concisão - habilidade revelada por grandes gênios da história e tão requerida nos tempos modernos. A experiência tem funcionado no Colégio Hugo Sarmento, de São Paulo, onde os estudantes se lançam em animadas gincanas das quais saem campeões aqueles com o maior poder de síntese. Conclui o professor de português Tiago Calles: "As redes fazem parte da vida deles. Não há como a escola ignorá-las".
 
Esse já é um consenso. O que se discute é como fazer uso seguro - e produtivo - das redes. Entre os sites de relacionamento, o Twitter agrada às escolas justamente por preservar, ao menos em parte, a privacidade dos alunos: é preciso nome de usuário e senha para tomar parte dos encontros on-line promovidos pelo colégio. Todo o conteúdo que resulta daí, porém, fica disponível na internet e qualquer um pode ver.
 
Preocupadas com isso, muitas escolas preferem criar redes próprias, que funcionam como uma intranet. "Evitamos assim a exposição dos alunos e temos condições de nos responsabilizar pelo que acontece na rede", explica Eduardo Monteiro, coordenador no Colégio Santo Inácio, do Rio de Janeiro, onde há um ano os alunos participam de debates virtuais que abarcam todas as disciplinas.
 
Outro perigo do ambiente virtual, este de ordem pedagógica, diz respeito ao tipo de linguagem que os alunos tendem a usar na rede, bem distante da norma culta. Não é fácil estimulá-los a empregar o bom português nesse contexto. Avalia Adilson Garcia, diretor do Colégio Vértice, em São Paulo: "Em atividades on-line, damos o exemplo aos estudantes, respeitando a pontuação e fugindo do coloquial - mas eles costumam escrever muito mal".
 
De todos os desafios, no entanto, talvez o mais difícil seja tornar o ensino em rede algo realmente eficaz. Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas escolas que haviam aderido à modalidade se viram forçadas a voltar atrás. Quando os exercícios ocorriam nos domínios do colégio, verificou-se que os estudantes tinham o hábito de engatar em chats e navegar por sites de fast-food enquanto a aula virtual se desenrolava - um fiasco. Com base na experiência internacional, já se sabe um pouco do que funciona nesse campo. A mais bem-sucedida de todas as medidas tem sido colocar as crianças para compartilhar projetos de pesquisa em rede, reproduzindo assim (ainda que em escala bem menor) o que se vê nos melhores centros de pesquisa do mundo.
 
O Brasil está começando a adotar as redes virtuais no ensino com pelo menos cinco anos de atraso em relação a países da OCDE. O conjunto de experiências brasileiras, até agora, parece apontar para a direção certa - mas requer avanços. "É preciso integrar melhor o uso das redes ao currículo escolar. Sem isso, os efeitos serão modestos ou nulos", pondera José Armando Valente, do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Unicamp.
 
Para executar tarefa de tamanha complexidade, antes de tudo é necessário que as escolas disponham de uma equipe de professores bem treinados, artigo raríssimo num país que acumula tantas deficiências nesse setor. Por completa inexperiência, muitos deixam os computadores acumulando pó e, quando fazem uso deles em sala de aula, é para dar burocráticas lições de informática. Há, portanto, um gigantesco caminho a percorrer - e isso deve ser feito logo.

terça-feira, 13 de março de 2012

Diversidade X diversificado

A escola constitui um espaço, onde a diversidade se manifesta em diferentes anglos, dessa maneira é condizente afirmar que as múltiplas visões sobre a diversidade caracterizam a formação de um currículo amplo, direcionado e pautado nas diferenças culturais, étnicas, raciais, sexuais entre outras.
A sociedade brasileira demonstra um claro confronto entre as muitas visões sobre o tema diversidade. Quando determinados grupos levantam a bandeira para o fim da opressão aos mais diversos preconceitos, outros definem a questão como um comportamento desprovido de quaisquer fundamentos.
A homofonia presente em nossa sociedade é um claro exemplo que destacamos aqui, em quantos grupos organizados luta para o seu fim, ainda temos cidadãos que nega a sua existência ou de maneira mais cruel contribui para a sua proliferação. Isso acontece pelo simples fato de que constituímos seres humanos com diferentes anseios e princípios, onde as mais diversas concepções entram em confronto com "x da questão", não se trata apenas de concordar ou descordar, mas sim de se opinar e fazer valer a sua visão frente ao que julga coerente, pertinente ou condizente com os preceitos de uma sociedade "correta".
Transparecer, então, sobrepõem a convencer, não basta apenas expor sua ideia, quando o que de fato está em jogo é a necessidade de mudança, o que certamente nos remeta a ideia de idealizar o que é novo, e isso é uma tarefa hercúlea, pois definir uma ideologia, apoiar um preceito, lutar por um objetivo ou lutar por um direito são questões que estão longe de um final democrático.
A diversidade, portanto, entra em confronto com as diversas visões. E o que na verdade vai definir o certo o errado? Uma questão sem respostas ou com diversas respostas, das mais amplas ideologias, partindo de uma sociedade diversificada.
 Fonte:http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/10366/diversidade-x-diversificado?utm_source=ALLINE

sexta-feira, 2 de março de 2012

Escolas com tablets podem ser opção à evasão, diz ministro

Ao comentar a decisão de distribuir tablets para professores do ensino médio na rede pública, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quinta-feira que as escolas precisam ficar mais atrativas para os alunos e que investir nesse tipo de tecnologia pode ser uma alternativa à evasão escolar.
"A escola tem que ficar mais interessante", ressaltou, explicando que o mercado de trabalho aquecido do País se torna grande atrativo para que os jovens deixem a escola. "A geração nova quer essas informações. Não dá para a gente ficar só com o quadro-negro do século 17", completou.
Ao participar do programa Bom Dia, Ministro, produzido pela EBC Serviços em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mercadante lembrou que 320 mil professores já foram qualificados por meio de cursos de formação para utilizar o tablet. O próximo curso, segundo ele, deve ter carga horária de 350 horas.
"Essa luta eu já comprei - vamos ter computadores na escola. O professor vai ter todas as chances de se modernizar se quiser", disse. "Impensável, no século 21, é ter um professor que não pode entrar no Google", concluiu.